terça-feira, 28 de setembro de 2010

O que será o amor...

Hoje não seria o dia ideal que teria escolhido para te escrever. O cansaço das noites mal dormidas não perdoa e a febre enlouquece-nos ao ponto de quase desejarmos uma noite mal dormida, desde que pelo menos possamos estar deitados a descansar o corpo.
Escrever assim pode tolher-nos um pouco o fio condutor á escrita, mas também nunca fiz questão de que o meu fio condutor fosse facilmente entendido, ou sequer óbvio.
Estou longe do mundo, longe da confusão. A distância, o tempo, a vida e a razão, tudo parece condenar-me a viver sozinha. Não te vejo, não te ouço, não tenho nada palpável que justifique esta espera que te devoto. E, no entanto, há algo que suplanta todos esses obstáculos. Não me peçam que explique algo que só eu sei sentir.
Não tenho qualquer resposta para as vossas perguntas racionais e sensatas. O que sei, porque o sinto, é que nada nem ninguém o pode substituir. Porque é a metade que me falta e que me faz caminhar desequilibrada, que me faz sentir incompleta, que me faz procurar, procurar, procurar algo que eu sei bem nunca ter encontrado.
É por isso que eu resisto à facilidade com que hoje em dia se deixa tudo para trás, esquecer, apagar do coração. Mesmo que tal fosse possível (não é), se nos esquecemos de nós próprios, no final daremos com nós próprios a chegar á conclusão que nada temos. Quando tudo o resto se vai, são as coisas em que acreditamos que não nos abandonam. Tantas vezes se usa em vão a palavra Amor.
Tantas vezes se comete o sacrilégio de se falar de Amor sem saber do que se fala. Ou do que se sente. Amar é carregar a alegria e a dor por termos a nossa Alma invadida por um ser estranho. Amar é sermos levados pela brisa, rodopiarmos com um remoinho e acabarmos arrastados pelo furacão. Como essas ondas do mar que vão e voltam, sempre no seu ritmo compassado, e que nos fazem imaginar sonhos inconfessáveis, ou esperar pelo milagre que trará aquilo porque esperamos a sentar-se ali ao nosso lado. Talvez nunca aconteça, mas amar é transportarmos a razão do nosso amor dia após dia, após dia, após dia. Isso é que deve ser amor. Por isso não devemos deixar de ter esperança. Não porque o saiba de verdade, mas porque o sinto. Gravado na minha Alma da forma mais perene. É esse o amor que eu encontro, sem no entanto o encontrar, todos os dias da minha vida. Não sei se algum dia me completará. Sei que sem ele estarei incompleta...
Beijo
Cinderela

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